Oficina de dramaturgia trabalhou a autoficção para construção de cena teatral

By 8 de junho de 2021junho 11th, 2021Notícias
Nieve Matos

Oficina Fazendo Drama, com a mestra em Artes Cênicas, com Nieve Matos

Voltada para quem escreve ou deseja escrever textos teatrais, a Oficina Fazendo Drama, com a mestra em Artes Cênicas, História e Crítica Teatral Nieve Matos, aconteceu entre os dias 06 e 08 de junho dentro das atividades de formação do projeto Cultura em Toda Parte – Módulo Norte

A partir da socialização do processo de elaboração do texto teatral entre os participantes, que considera a experiência e as referências culturais de cada um como mote da criação, foi proposta uma vivência coletiva propiciando um espaço de criação não hierárquico e de valorização das experiências e potências de cada participante, tecendo redes de troca de conhecimento mútuo e de fortalecimento em conjunto. “A gente vai falar de uma escrita autoficcional. Uma escrita que vai passar pelas nossas histórias” explicou Nieve .

#Dia1

A aula começou com a instrutora explicando alguns conceitos sobre dramaturgia e a diferença que existe na escrita do texto teatral para outros gêneros, além de salientar a proposta prática das aulas. “O objetivo da nossa oficina não é ficar só no lugar de receptor, mas que a gente encontre esse lugar de troca e que a gente comece logo a escrever, a trabalhar com ficção fazendo alguns exercícios de escrita” explicou Nieve, que complementou: “A ideia é que a gente escreva e compartilhe nossos escritos nesses três dias de oficina”. 

Ela começou a parte teórica falando sobre o drama. “Quando a gente fala em ‘drama’, necessariamente a gente não tá falando do drama enquanto gênero ou de ser dramático. A gente tá falando em drama enquanto dramaturgia, enquanto texto dramático. A gente tem os dois sentidos para a palavra drama: enquanto gênero e enquanto linguagem, como forma de escrita”. 

Na sequência, ela explicou a estrutura de um texto teatral e falou sobre texto secundário e texto primário. Também falou sobre a importância do personagem, o conceito de conflito, curva dramática, além de dicas para começar um roteiro. “O texto precisa ter uma universalidade. Eu posso partir da minha história para uma história em que outras pessoas se sintam contempladas, ou curiosas a conhecer. Eu não preciso me identificar com todas as histórias, mas eu preciso estar curiosa e querer acompanhar a trajetória do personagem”. 

Depois, ela falou sobre autoficção, que é o ponto de partida para as histórias que foram criadas na oficina. “Autoficção é você trazer as suas referências, das suas histórias, que você vivenciou ou assistiu, e misturar com o ficcional. E não é uma biografia. A autoficção é quando eu mesclo as minhas vivências com recursos da ficção e criando outros personagens, ampliando situações”. 

#Dia2 

Na primeira aula, cada aluno criou um personagem. O segundo encontro começou com a criação de um esboço das primeiras cenas. “Esse personagem que a gente criou ontem é o ponto de partida para a nossa história. A ideia é que cada um de vocês consiga criar pelo menos um texto teatral curto, uma esquete. Um texto de poucos minutos, mas que tenha uma consistência de personagens, diálogos bem elaborados, e um exercício de escrita que traga traços das vivências de vocês”. 

Nieve deu uma dica para os alunos na hora de começar o processo de escrita. “É muito importante não pensar só nas regras ou somente na forma que está sendo proposta. A ideia é extrapolar essa forma e ter uma liberdade de criação que traga a assinatura de vocês para a criação, a autoria de vocês para dentro dessa proposta, dentro desse exercício”, explicou a dramaturga. 

Na sequência, ela  apresentou uma parte teórica sobre a construção de um roteiro para que os alunos avançassem na construção do texto, acrescentando o resumo da história e a inclusão de um novo personagem, dando continuidade aos exercícios da primeira aula. “A ideia é que a gente faça esse exercício de escrita. Leia, debata. E a partir desse personagem que vocês escreveram na primeira aula, nós vamos construir o storyline, que é o resumo desse roteiro e dividi-lo em três partes: começo, meio e fim”.

#Dia3

No terceiro e último dia, os alunos apresentaram suas cenas escritas para o grupo. E os trabalhos foram passando por pequenas adaptações sugeridas pela insturora. “É legal quando a gente lê em voz alta porque dá vontade de ir colocando outras coisas. Quando você vai desenvolver seu texto teatral, esse formato auxilia na hora da escrita”. 

Além da leitura conjunta, os alunos sugeriram ideias para os textos uns dos outros e perceberam o crescimento nas cenas de cada um. “Foram bem interessantes os textos até agora. Teve uma reviravolta de um dia para o outro nas cenas” afirmou a Gleisi Silva, uma das alunas da oficina. 

Lucas Silva, um dos alunos, agradeceu a oportunidade e os saberes da oficina. “Queria parabenizar a forma como você conduziu a oficina, Nieve. Foi bem produtiva. Eu gostei bastante. Só veio a agregar”. 

Finalizando a oficina, Nieve agradeceu a todos. “Muito obrigado a todos vocês pela generosidade de compartilhar as histórias de vocês, de toparem a escrita, de se experimentar. Eu acho um ato muito corajoso da gente colocar as nossas histórias pra fora”.

Com realização do Instituto Brasil de Cultura e Arte, apoio do Sesi Cultura e da TV Educativa do Espírito Santo, o Cultura em Toda Parte – Módulo Norte conta com recursos da Lei Aldir Blanc, via Chamamento Público para Seleção de Organização da Sociedade Civil (OSC) para realizar Gestão e Operacionalização do Projeto “Cultura em Toda Parte” – Circulação e Difusão de Atividades Artísticas e Culturais no Estado do Espírito Santo, por intermédio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult ES), direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

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