Oficina apresentou teoria e técnicas sobre montagem nas atividades de formação do Cultura em Toda Parte- Módulo Norte

By 2 de junho de 2021Notícias

 

Carol Covre

Oficina Introdução ao Pensamento, Teoria de Montagem e Técnicas de Edição, com Carol Covre

Teorias e técnicas sobre edição e montagem. Essa foi a proposta da oficina online Introdução ao Pensamento, Teoria de Montagem e Técnicas de Edição, com a realizadora audiovisual, diretora e montadora Carol Covre. A atividade de formação aconteceu entre os dias 31 de maio e 02 de junho dentro da programação do projeto Cultura em Toda Parte – Módulo Norte

De maneira objetiva, Carol Covre apresentou para os alunos durante os três dias de oficina, noções sobre montagem e edição. Também falou sobre a função de montadores, editores e assistentes, a participação feminina na história da montagem, sobre ritmo, estilo e os padrões de representação através da montagem e edição, além de softwares, programas e aplicativos de edição. 

“A ideia do curso é que a gente alie essas diferentes frentes sobre a montagem e edição. Que a gente compreenda a parte técnica. Mas o mais importante é que a gente possa pensar juntos, e compreender, como a gente pensa um discurso através das imagens e dos sons” explicou a instrutora.

#Dia1

A primeira aula foi teórica. Os inscritos tiveram acesso sobre informações relacionadas ao pensamento e a teoria da montagem. Foi apresentado um pouco sobre a história do cinema,  além de definições sobre a montagem. “Quando eu falo de montagem eu estou falando de discurso. Quando eu faço qualquer material audiovisual, de cinema a um vídeo para o Instagram, eu estou criando um discurso. Nós, como realizadores audiovisuais, temos que pensar: que tipo de discurso eu estou construindo? Que tipo de imagem eu estou fortalecendo ou desconstruindo?”, explicou Covre.  

Carol também apresentou o filme As Consequências do Feminismo, de 1906, de Alice Guy Blaché, uma das pioneiras no audiovisual e, consequentemente, na edição.”Ela já estava fazendo um filme de seis minutos, com diferentes situações, com diferentes cenas e com diferentes personagens. Além disso, ela inverte os papéis destinados para homens e mulheres e cria esse lugar de estranhamento na narrativa”. 

#Dia2

O segundo dia de aula começou com um bate-papo entre o grupo, uma troca sobre as informações do dia anterior e trocas das vivências de cada um dos participantes. Falou também sobre a importância dos russos para a montagem. Na sequência, Carol apresentou o primeiro filme que se tem registro no Espírito Santo, Cenas de Família, de Ludovico Persici. “O mais incrível é que o filme foi realizado com uma câmera que ele mesmo fez. E o nome da câmera era ‘aparelho guarani’”. 

Carol também falou sobre os diferentes tipo de corte, como o jump cut, quando é feito para acelerar uma ação, e o corte seco, um dos mais tradicionais usado para passar de uma cena para a outra, além da importância de aliar a emoção ao ritmo.”Existem diversas possibilidades na hora de montar. Mas o que determina a escolha de um corte ou outro? o momento exato de cortar uma imagem? Isso é o mais importante. A gente saber qual o objetivo a gente tem quando corta uma imagem”. 

 

Carol Covre

#Dia3

Na terceira e última aula, teve como um dos temas a organização do material que será editado e como se dá esse processo até a finalização do trabalho de edição. “Vou começar a montar um filme. Como eu começo? Como esse material chega pra mim? Como se dá essa conversa? Quando é uma ideia nossa, a gente já tem o domínio do que a gente espera. Mas quando a gente está trabalhando com o material de uma outra pessoa a gente precisa compreender qual foi a ideia inicial desse filme, qual a essência do que será passado, do que quer ser dito. Porque o processo audiovisual é muito vivo” explicou Carol.

Ela também falou da importância da sensibilidade no processo de edição de um filme.  “O momento da montagem é quando você sente o filme de forma real. Quando eu pego um material bruto de um filme eu consigo sentir o clima da gravação, as mudanças de take, o que foi ajustado. A montagem é o lugar onde tudo fica muito evidente. A nossa sensibilidade, a nossa intuição são ferramentas muito importantes. Para trabalhar com arte em geral, e especialmente em montagem, a gente precisa ter essa sensibilidade”. 

Ela explicou um pouco sobre o método de organização. “A organização é importante para a gente saber onde estão os nossos arquivos. Reunir tudo na mesma pasta. Nomear todos eles. Poque é importante que a gente deposite a nossa energia na parte da montagem, da criação. Se os arquivos e o nosso método de trabalho não estão organizados, a gente vai ficar mais tempo tentando se localizar nesses arquivos do que de fato criando”. 

Com realização do Instituto Brasil de Cultura e Arte, o Cultura em Toda Parte – Módulo Norte conta com recursos da Lei Aldir Blanc, via Chamamento Público para Seleção de Organização da Sociedade Civil (OSC) para realizar Gestão e Operacionalização do Projeto “Cultura em Toda Parte” – Circulação e Difusão de Atividades Artísticas e Culturais no Estado do Espírito Santo, por intermédio da Secretaria da Cultura (Secult), direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

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