Oficina Estandartes, com Zeiza Jorge
Um pouco da cultura popular através da construção de estandartes. Assim foi a oficina Estandartes, com a produtora, figurinista e artesã Zeiza Jorge. A atividade faz parte da programação do Cultura em Toda Parte, e aconteceu entre os dias 06 e 08 de junho, dentro das atividades de formação do projeto.
A proposta da oficina é abordar a cultura popular através da construção de estandartes e das técnicas da costura e do bordado.“Os trabalhos que eu faço eu desenvolvo desde criança. São aprendizados que eu tive com a minha família. Bordar, costurar e que hoje eu tenho essa honra gigante de compartilhar com as pessoas”.
#Dia1
Zeiza começou a oficina falando sobre a origem do estandarte no Brasil. “O estandarte existe na história da humanidade há muitos anos. O estandarte veio para o Brasil com os portugueses. Hoje ele é usado muito pelo nosso folclore, pelo congo, para poder reverenciar os santos de cada devoção” explicou ela e complementou: “esse meu trabalho com estandarte vem de um trabalho que eu tenho na Barra do Jucu, com a cultura popular, há 21 anos”.
Ela também destacou como o bordado é uma técnica barata. “Fazer bordado é uma técnica barata. Você precisa de um pedaço de tecido, pode ser uma roupa sua como uma blusa ou um jeans, linhas e agulhas. Também é interessante ter um cortador de pontas” explicou ela.
A aula começou com a instrutora ensinando os pontos básicos para um bordado. São eles: pesponto, ponto atrás, ponto caseado, ponto haste, nó francês e o ponto de margarida. “Com esses pontos a gente consegue desenvolver um projeto. E com a técnica do bordado a gente consegue fazer uma série de coisas. O bordado ajuda a agregar valor ao trabalho que você está desenvolvendo”, disse Zeiza, que ensinou e acompanhou as alunas na aula prática.
#Dia2
No segundo dia, a aula foi voltada para a prática. Zeiza começou a construção de um estandarte com as alunas. Usando desenhos e palavras para construir o trabalho desenvolvido por cada uma das alunas. Ela também ensinou a técnica do patchwork, misturando dois tecidos diferentes. “Para a gente fazer estandarte precisamos fazer patchwork” afirmou ela. “Vamos usar um tecido maior e um tecido menor. O tecido maior vai ser o fundo do estandarte. O tecido menor é para a gente fazer esses apliques”, disse ela que também ensinou as inscritas a fazerem corações e fuxicos de tecidos.
Trabalho de uma das alunas da oficina de estandartes
#Dia3
No terceiro e último dia de oficina, Zeiza começou a aula dando um feedback para as alunas sobre os bordados que elas já tinham feito até o momento e compartilhou o trabalho de cada uma delas com a turma. “Eu queria falar da alegria que eu amanheci hoje vendo os bordados que vocês me mandaram. Eu fiquei muito emocionada. Porque demonstra o esforço de vocês em participar. É muito lindo”.
Na sequência, ela ensinou como aplicar as fitas que envolvem o estandarte e a madeira que dá sustentação para o objeto. Depois, as alunas deram o retorno sobre o que aprenderam. “Eu quero dizer para você professora, que foi muito bom, foi lindo. Eu achei maravilhoso tudo que você passou. Pra mim, o que eu aprendi eu vou usar nas minhas peças de artesanato. Foi muito importante pra mim. Eu estou muito feliz de ter participado. Pra gente aqui, foi gratificante mesmo. Foi um despertar para todas”, disse Jurema, da comunidade Quilombola do Coxi.
Zeiza também fez um agradecimento a todos. “Eu sempre digo que a gente vai fazer um encontro, a gente vai ensinar, que a gente não aprende. A vida da gente é um eterno aprendizado. Feliz de quem entende isso e de que pode aprender um pouco mais. Então, a gente agrega valor ao conhecimento”.
Com realização do Instituto Brasil de Cultura e Arte, apoio do Sesi Cultura e da TV Educativa do Espírito Santo, o Cultura em Toda Parte – Módulo Norte conta com recursos da Lei Aldir Blanc, via Chamamento Público para Seleção de Organização da Sociedade Civil (OSC) para realizar Gestão e Operacionalização do Projeto “Cultura em Toda Parte” – Circulação e Difusão de Atividades Artísticas e Culturais no Estado do Espírito Santo, por intermédio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult ES), direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.
