O que são microcontos? E qual a graça desse negócio? Essas e algumas outras perguntas foram respondidas na palestra Microcontos: Textos a Partir do Nada, ou Quase Nada, coordenada pelo escritor e roteirista, José Roberto Torero. A atividade de formação, que aconteceu no dia 1º de junho, faz parte da programação do projeto Cultura em Toda Parte – Módulo Norte.
Torero começou a palestra falando sobre a definição de um microconto. “Quando você escreve você não tem que pensar em que categoria que vocês estão entrando e nem o nome daquilo que você está fazendo. Não precisa. Mas uma coisa subjetiva, facilmente aceitável, inteligível e consensual é que um Microconto é um conto bem pequeno. Um conto miudinho”, definiu ele bem humorado.
Na sequência ele explicou a origem deste formato de conto. “Ele nasceu com o Augusto Monterroso. É um autor que tem muitos textos pequenos e o primeiro livro dele chama ‘Obras Completas’, o que já é uma coisa bacana. Já mostra como ele era irônico, esperto, como ele tinha uma noção de rir de si mesmo e de se relacionar com o que já existia. Nesse livro ele faz o microconto mais famoso da história e que tem sete palavras, que são as seguintes: ‘quando acordou o dinossauro ainda estava lá’. Esse virou o microconto por excelência, o grande exemplo”.
Ele também apresentou alguns exemplos de microcontos e sobre como algumas escolhas atrapalham na construção final do texto. “O microconto é muito preciso. Ele não pode ter um deslize. Senão não dá certo. Ele não tem segunda chance. Se você errar ou titubear, perdeu”.
Na parte final, Torero propôs uma dinâmica em grupo. A turma pegou um fato – a vacinação de covid – criou um microconto. O ponto de partida foi a vacinação preventiva contra o Covid 19. “O microconto não é suprimir coisas interessantes para fazer o menor possível. É fazer o melhor possível, tenha o tamanho que tiver. Uma coisa boa e comum no microconto é ter a surpresa no final. Ter uma virada. Mas isso não é uma lei”.
Com realização do Instituto Brasil de Cultura e Arte, apoio do Sesi Cultura e da TV Educativa do Espírito Santo, o Cultura em Toda Parte – Módulo Norte conta com recursos da Lei Aldir Blanc, via Chamamento Público para Seleção de Organização da Sociedade Civil (OSC) para realizar Gestão e Operacionalização do Projeto “Cultura em Toda Parte” – Circulação e Difusão de Atividades Artísticas e Culturais no Estado do Espírito Santo, por intermédio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult ES), direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.