Oficina de crítica propõe um olhar plural para análise de obras audiovisuais

By 9 de junho de 2021junho 11th, 2021Notícias
Melina Galante

Oficina Crítica Audiovisual, com Melina Galante

Exercícios práticos e teóricos para a análise e crítica de conteúdos audiovisuais. Esse foi o objetivo da oficina Crítica Audiovisual, com a realizadora e roteirista Melina Galante, que aconteceu entre os dias 06 e 08 de junho, em formato on-line, dentro da programação das atividades de formação do projeto Cultura em Toda Parte – Módulo Norte

#Dia1 

O objetivo da oficina  é fomentar o cenário cultural capixaba, sobretudo o cenário do audiovisual, uma vez que o exercício da crítica parte de uma cinefilia e de uma fruição de outros conteúdos audiovisuais, como séries, videoclipes e novelas. “”Primeira coisa: olhar. A crítica, o exercício da crítica, fazer uma crítica vai partir do nosso olhar. A gente tem que ampliar o horizonte e olhar os conteúdos que não são cinema”.

Melina começou apresentando uma linha do tempo audiovisual desde os filmes dos Irmãos Lumière, em 1895, passando pelo lançamento da MTV,nos anos 1980, e do surgimento dos serviços de streaming, nos anos 2011, e explicou como esses serviços são uma adaptação. “O que são esses serviços de streamings? Eu não consigo olhar para esses serviços e não enxergá-los como locadoras virtuais. Eu lembro que eu tinha conta nas locadoras com pacotes mensais”. 

Após uma breve apresentação da linha do tempo, e de falar um pouco sobre a história do audiovisual no mundo, ela falou sobre narrativa. “Se a gente vai analisar um filme, um episódio de uma série ou um capítulo de uma novela, nós temos que entender dos elementos que compõem aquele produto audiovisual. Então precisamos entender um pouquinho sobre narrativa e linguagem”.

Ela falou sobre o conceito de narrativa (“são os acontecimentos e as ações que os personagens daquela determinada história vão executar”). Também abordou aspectos relacionados aos elementos da narrativa: enredo, personagens, espaço (onde essa narrativa se passa), tempo (quando ela acontece) e narrador. E depois falou que linguagens “são um conjunto de signos para a comunicação de ideias ou sensações e sentimentos”. 

No final da aula ela apresentou um paralelo da crítica produzida no entre o século XX e o século XXI, além de apresentar vídeos de novos produtores de conteúdo e propondo aos alunos um novo olhar sobre a produção audiovisual contemporânea.

#Dia2

No segundo dia, Melina pontuou a importância de um olhar plural para o cinema contemporâneo. Além disso, ela destacou que é preciso ter um olhar crítico sobre as obras afinadas com as questões do mundo contemporâneo. “A pauta da representatividade nas telas veio muito forte”. 

Ela também destacou que o texto crítico deve ser acessível e, ao mesmo tempo, não fugir das suas impressões – opiniões sem precisar ser rude com o alvo da crítica. “Não precisa escrever como se estivesse na academia, mas é importante ter tato.É importante ter tato no que você escreve. Fazer crítica perpassa por você ter tato” afirmou ela, que completou: “O problema não é não gostar de algo. É ser escroto”. 

Outra dica foi sobre ter repertório e conhecer o maior e mais diversificado número de produções audiovisuais, além de literatura, música entre outras manifestações culturais, para ter um texto cada vez melhor. 

#Dia3

No terceiro e último dia da oficina, Melina falou sobre representação e a importância de perceber as nuances de uma obra audiovisual. “Sobre representação, já falamos sobre a importância desse movimento de representatividade das ditas minorias que vem em uma crescente apesar de ainda estarmos longe de um volume e de uma equidade satisfatória” pontuou ela.

Galante apresentou dois trechos de produções que apresentam a representatividade contemporânea: Scandal, série americana de Shonda Rhimes, e Blá Blá Blá, clipe da cantora capixaba Morenna. Na sequência, os alunos voltaram para a prática e a prática da crítica e falou sobre olhar técnico e fílmico, extra-fílmico e pessoalidade.

“Eu não posso fazer uma crítica por vocês. Tudo que eu estou colocando aqui, passa pelo meu olhar, pelas minhas perspectivas. Então o extra-fílmico é pensar esses temas, os vários contextos das obras. E a prática da crítica também passa pela pessoalidade, que é a nossa marca. Ela conversa com o olhar subjetivo, mas é mais do que isso. Quando vocês forem escrever, produzir um podcast ou um vídeo, coloquem a identidade de vocês nesse modo de se expressar”.  

Com realização do Instituto Brasil de Cultura e Arte, apoio do Sesi Cultura e da TV Educativa do Espírito Santo, o Cultura em Toda Parte – Módulo Norte conta com recursos da Lei Aldir Blanc, via Chamamento Público para Seleção de Organização da Sociedade Civil (OSC) para realizar Gestão e Operacionalização do Projeto “Cultura em Toda Parte” – Circulação e Difusão de Atividades Artísticas e Culturais no Estado do Espírito Santo, por intermédio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult ES), direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

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